Sempre que realizo uma reflexão, dias depois sempre penso em algo que poderia ser acrescentado àquilo que foi escrito. É um movimento natural, aquilo de ontem, no hoje, estar modificado. Algumas coisas se transformam com mais intensidade, é mais visível essa mudança e outras nem tanto. Por esses dias eu estava
naquele mesmo supermercado que já mencionei, a loja estava muito cheia e, portanto, os caixas também. Entrei em uma fila, nesse dia eu estava sozinha, e logo atrás de mim tinha uma mãe com uma filha de uns 2 anos de idade. Mais do que depressa os olhinhos da pequena viram aqueles brinquedinhos e ela logo foi pegá-los. A mãe, atenta, chamou a atenção da filha, que por sua vez não conseguia largar os brinquedinhos. Essa mãe, como forma de conter a menina, prometeu a ela um bombom caso ficasse quietinha. A menina sorriu, seus olhinhos brilharam e por alguns segundos conseguiu se conter, afinal o bombom era algo que também queria. Mas ela, só com seus 2 aninhos, não conseguiu, pegou o brinquedinhho de novo, convenhamos, a tentação é muita e ela se esforçou. A mãe fez seu papel. A repreendeu e disse que ela não iria ganhar o bombom já que não se comportou. Fiquei chateada, muito solidária tanto com uma quanto com a outra. O "monstro" do supermercado quer empurrar "coisas" e não respeita o limite do outro e muito menos o território da mãe e da menina. É um "tremendo" de um invasor que faz sofrer. Por isso, depois de incotáveis vezes repreender minhas filhas por elas serem crianças (são atraídas pelas coisas) e minhas filhas sentirem o que a menina sentiu, resolvi dar "de ombros" ao supermercado. Ele é um monstro, mas eu não vou deixá-lo assustar as criancinhas e nem a mim. Pensei até em dizer isso a mãe, mas achei eu também poderia ficar na mesma posição do "monstro", ser invasiva. Já bastava o supermercado ter assumido esse papel. O máximo que fiz foi dizer para a menina que eu iria ser bem rápida, que logo chegaria a vez dela, o que de fato aconteceu. Até agora lembro daqueles olhinhos infantis, me olhando e dizendo: fui vista. Além dela tem outra menina me olhando com uma carinha de:
cadê o amor que estava no ar? Feliz não está mais tão feliz. Seu namoro acabou. O corajoso rapaz que procurou demonstrar seu amor por Feliz fez o contrário. Logo que as aulas retornaram ele escreveu um bilhete: não te amo mais. Ela, de noite, já na cama, enroladinha no cobertor me contou sobre esse bilhete e relatou estar chateada porque acha que seu namoro não durou muito. Apesar daquela carinha meio desamparada, meio constrangida, eu sorri muito para ela e disse que para seus poucos 7 anos o namoro tinha até durado muito. Normalmente nessa fase os namoros duram dias e o dela durou pouco mais de mês. Ela sorriu, deu-se por satisfeita e dormiu. Sentiu-se bem, deve ter pensado: "ultrapassei uma etapa". Também fui dormir. Senti uma sensação muito gostosa de que a vida tem sido vivida como ela é. Também tenho ultrapassado as minhas etapas. Isso é muito bom.
Teu post me inspirou ternura!
ResponderExcluirBoa parte das vezes, a gente só quer ser notada!
Eu gosto de brincar com crianças em metrôs e trens, mas nada muito chamativo. Só dar um sorrizinho ou tchauzinho. É incrível, todas as crianças sorriem de volta ou dão tchauzinhos também!
E tua filha está se tornando uma heroína pra mim, porque eu queria tanto ter essa 'inteligência emocional' aos 7 anos... Parabéns!
Patricia, bom dia
ResponderExcluirSe minha filha eh uma heroina para voce, voce e um contentamento para mim.
Seus comentarios sao sempre muitos afetuosos, e muito gostoso receber isso.
Quanto a Feliz, sua inteligencia emocional eh igual as das outras meninas, mas ela tem algo um pouco diferente, ela se preocupa mais com o que sente e menos com o que os outros estao pensando dela. Talvez isso seja sua grande sabedoria. Tambem aprendo com ela.
Abracos,
Patricia
Patricia,
ResponderExcluirUma das coisas que faz com que eu volte sempre aqui é a sua hospitalidade!
É muito legal saber meus comentários não "passam em branco"!
Beijos e boa semana!