quarta-feira, 13 de abril de 2011

Adolescentes Rebeldes


Filme: Juventude Transvida
A partir da esquerda: James Dean e Sal Mineo
Tem um programa semanal no Discovery Home & Health chamado “Adolescentes Rebeldes”. A estrutura do programa é a seguinte: dois adolescentes, sempre uma garota e um rapaz que estão dando muito trabalho para a família (não fazem as tarefas da casa, saem muito, não seguem as regras, brigam demais com os pais, usam drogas ou álcool) são enviados para outra família, cuja principal característica é ser muito rígida. Passam uma semana com essa outra família e vão viver sob a tutela e a cultura dela. Até aí, é uma proposta de intervenção, se válida ou não não vem ao caso. Só que o resultado mostrado é tão irreal quanto “Shangri-la”, um mundo que todos querem, mas que não existe.
Antes desses adolescentes viajarem são entrevistados e mostram-se soltos e relaxados, nada preocupados pela experiência e achando tudo “normal”. Assim que eles põem o pé da nova família, tem sempre uma reunião com os novos pais que explicam as regras da casa, que se quebradas acontecerão sanções e perda da confiança. Essas novas famílias são mulçumanas, pastores, fazendeiros, famílias ultrarrígidas, e esses adolescentes que fumam, bebem, saem para baladas são enviados essas casas. Óbvio que levam um choque. É gravada a conversa entre eles que não farão nada do que está sendo solicitado, dão de ombros e dias depois sofrem as tais sanções: tem que lixar e pintar uma parede inteira da igreja, tirar todo o esterco do curral, os novos pais ficam sem falar com eles e sempre repetem que toda a confiança foi perdida. Logo na sequência dessas sanções bate um arrependimento nesses adolescentes que começam a questionar suas atitudes. Também coincide recebem cartas das família de origem pedindo para voltarem a ser o que sempre foram, e o milagre acontece. Após essa semana eles dão depoimentos de como a experiência vivida foi fundamental, perceberam como não valorizavam a própria sua família, do quanto tudo mudou, etc, etc, etc.
Eu vi um programa cujo rapaz era alcoólatra com 18 anos. Tinha uma carteira falsa de 21 para comprar bebidas e levou bebida na mala, para se garantir. O pai "verdadeiro" deu um depoimento que o filho tinha problemas com álcool. Será que uma semana em uma outra família “curaram” o rapaz de uma doença grave em uma idade precoce?
O que querem essas famílias que estão terceirizando a solução de um problema que é delas?  Será que são os filhos que precisam de intervenção ou será que são os pais que estão com uma inabilidade total de lidar com a vida?
A adolescência é um período difícil tanto para o adolescente como para os pais. Quem não se lembra de si mesmo fazendo discursos de liberdade e de como a própria família tolhia o seu crescer? Quem não se lembra de si mesmo reclamando que era o único que não podia sair durante a semana? Quem não se lembra de si mesmo falando para os pais que suas normas e morais eram ultrapassadas?
Adolescentes não são adultos, quem precisa ajudá-los nesse rito de passagem são os adultos. Se esses não conseguem exercer seu papel que dirá os adolescentes. Pobres adolescentes rebeldes precisam de um leme na família e não fora dela.

3 comentários:

  1. Odette Serra Cypriano19 de abril de 2011 às 11:23

    Patrícia,
    Tudo que envolve a adolescência é tão complicado que a solução encontrada deve ser amplamente debatida, antes de descartá-la.

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  2. Olá Odette,

    Também acho que todas as soluções devem ser avaliada, mas uma semana de "estágio" em outra família difilmente transforma uma pessoa.

    Patrícia

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  3. O que um família tradicionalmente constituída pode fazer nos dias atuais para educar e civilizar seus filhos uma vez que o establishment político resolveu que o estado passará a exercer o pátrio poder sobre esses novos cidadãos, retirando das famílias o controle e o poder de exercer arbítrio sobre esses seres ainda pueris ???... umas décadas atrás, o dito "adolescente rebelde" não possuía guarida , caso praticasse algum delito ou constrangimento social, dentro do seio da sociedade, entre seus familiares, na escola, igreja ou governo... com nenhum desses citados entes ele poderia contar para continuar praticando seu antissocialismo... hoje, pratica abominações e é amparado por uma legislação imoral, injusta e estapafúrdia... tem apoio estatal, familiar e social... ou seja, ele não é dissuadido a mudar sua conduta, antes, que os demais o aguente como ele deseja seguir em seu egocentrismo, destemperado, muitas vezes violento, dado aos vícios, preguiçoso, indolente e desapegado de virtudes... assim, analisando a maioria dos casos insolúveis que nos deparamos cotidianamente, uma coisa fica clara... alguém está deturpando as condições naturais e ideais de lidar com esse problema... há um inimigo oculto nessa engenharia social que foge ao sentidos do homem mediano para que o mesmo tome uma providencia e evite que esse mal adentre o seu ambiente familiar... alguém deve ter uma resposta objetiva sobre quem poderia ser esse elemento solapador das bases educacionais tradicionais formadora de cidadãos contribuidores de uma sociedade menos violenta e mais transigente com seus pares... a quem interessa que nos digladiemos e nos destruamos em seu beneficio... quem achar a resposta achará o inimigo publico numero um...

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