terça-feira, 24 de maio de 2011

Ainda somos um Brasil colônia


Hoje li no jornal que o prefeito do Rio de Janeiro arrependeu-se de sansionar uma lei municipal na qual qualquer obra, para as Olimpíadas de 2016, deverá ter sua aprovação submetida à câmara dos vereadores (veja matéria na íntegra). Essa lei contraria uma que é federal. O prefeito, quando percebeu o contrassenso, tentou voltar atrás, mas a câmara não deixou. Lógico que a câmara vai querer aprovar as obras por alguma troca financeira. O prefeito declarou que não leu o texto minuciosamente.  Não sei o que é o pior: um prefeito que assina uma lei sem ler direito ou se a proposta de tal lei. Tudo nessa história é péssimo e todos os dias nos deparamos com escândalos de corrupções, porém, em parte, talvez sejamos responsáveis pela manutenção desse ciclo. Não nos mobilizamos enquanto nação, enquanto povo e me incluo nessa posição. Ficamos indignados, comentamos entre os colegas, mas depois de um tempo deixamos para lá, . . . . . . . .é assim mesmo, sempre foi. O desrespeito ao ser humano pelo poder público é tanto que até comida estragada na merenda escolar é encontrada. Isso é gravíssimo e por que será que não nos mobilizamos? Acredito que um sociólogo ou um psicólogo social poderia explicar com mais conhecimento mas farei uma breve reflexão: fomos colonizados por países que se interessaram em sugar, destruir e usurpar qualquer algo de valor que tínhamos. As riquezas minerais eram extraídas e enviadas para fora. A mão de obra local eram escravos. Os não escravos, vampiros sociais e financeiros. A família real veio para cá fugida, não tinha nenhum interesse em desenvolver o país. O monarca que declarou nossa independência era um fanfarrão, mulherengo, que por algum motivo ligado a prazeres individuais fez tal declaração.
Quando fomos um povo que lutou junto para um bem coletivo? Qual é nossa identidade como nação? Até hoje deixamos que outros países do mundo venham aqui, tirem nossas riquezas, nossas identidades e continuamos imóveis.
A música do Chico Buarque, Geni e o Zepelim, fala claramente sobre a posição que o Brasil se coloca em relação aos outros. Daqui retiram tudo. Por mais resistente que eu seja em valorizar a cultura americana não posso deixar de admitir que eles tem uma identidade muito bem estabelecida. A Inglaterra idem. A monarquia está lá mantendo algo ligado às raízes daquele país, nós concordando ou não. E tantas outras noções também.
Nós sequer valorizamos a cultura de outros estados brasileiros. Os paulistas (sou um deles) enchem o peito para dizer que são a potência financeira do país . . . . só que funcionam como o modelo econômico americano. Produção, produção, dinheiro e dinheiro. Os mineiros já tem seu jeito próprio de ser, são valorizados, por quem? E os baianos? O que dizemos deles? Aí vem algum político dizer que o Brasil tem uma enorme riqueza cultural. . . . . .  que nosso valor está nisso, que no mundo não tem país semelhante . . . . . e? Somos unidos como nação? Eu tiro o chapéu para o Rio Grande do Sul. Sofrem críticas o tempo todo que são bairristas, mas se formos analisar friamente eles mantém muitas tradições vivas até hoje, é um povo unido. Na Argentina recentemente (vários anos) o povo foi às ruas em um panelaço..... diferentes pessoas se manifestaram. Aqui entregamos aos jovens a tarefa de sair às ruas para mostrar uma postura opositora. Lembram-se do impeachment do Collor, foram os estudantes cara pintada. É óbvio aquele fim já estava programado, o Collor fez algo que mexeu com muita gente. Não foi o movimento dos cara pintada, mais uma vez. . . . . massa de manobra. Acho que o único movimento popular autêntico, no Brasil, que eu presenciei foram As Diretas Já.... esse sim partiu de um povo já cansado de ficar calado de ser oprimido (Cálice - Chico Buarque). Depois disso, não lembro de outros movimentos sociais que nos tiraram de nosso modus operandi colônia vampirizada. Incluo-me nessa, nem sei por onde começar.

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