sábado, 7 de maio de 2011

Campeões de audiência


Quando imaginei a proposta quis fazer algo que estivesse relacionado a coisas e fatos do cotidiano que nos cercam e que podem desdobrar-se em vários outros pensamentos.
Sei que não é algo que atinja uma vasta população, mas acredito que existem alguns interessados e por isso fui ver a estatística de acessos aos textos. O que descobri foi muito interessante. O texto campeão de audiência (superlativo) é "Diga não ao soutien infantil" e o lanterninha "O poder da instituição psiquiátrica" com apenas três acessos. Um eu sei que é de uma amiga, outro do meu marido e o terceiro desconhecido.
Certamente foi combustível para reflexão tanto a posição de um quanto a de outro. No meu imaginário o texto "Mãe e culpa: eterna equação"  tomaria a primeira posição rapidinho, é algo que todas sentem ou sentiram em diversos momentos de sua maternagem. Esse texto está na média, fiquei intrigada. O lanterninha não me surpreendeu. O tema saúde mental é muito difícil de ser compreendido socialmente e por isso existe incômodo a qualquer coisa que se refira a ele. Para ilustrar o comentário: dou aula em um curso técnico de segurança no trabalho e estava dando um tópico sobre doenças mentais incapacitantes. Um aluno me perguntou um exemplo de uma doença cujas funções mentais estavam preservadas, mas que impedia o trabalhador de atuar em sua função. Dei um exemplo de transtorno obsessivo compulsivo. Coloquei que se houvesse um colega de sala com esse transtorno cujo ritual para conseguir entrar na sala de aula fosse ter que abrir e fechar a porta dez vezes, esse ritual seria muito “estranho” ao restante do grupo. E não só falei como também fiz a cena. Enquanto eu estava contando o abrir e fechar a porta eles começaram a rir. Aí parei e disse que a contagem tinha sido atrapalhada e que o portador do transtorno teria que começar de novo, e o fiz. Risada geral e um aluno falou: “bate a cabeça na parede que para”. Mostrei a eles que essa seria de fato a reação do grupo caso essa situação existisse de fato.  Não estava julgando a atitude deles, mas ilustrando como a doença mental aos olhos do grupo é esquisita e a aceitação e compreensão social desses transtornos é difícil. Mostrei que esse transtorno incapacita a pessoa não só na execução de suas tarefas (só para a pessoa entrar na sala de aula já era algo complicado) como também comprometia no social.  A pessoa vira motivo de chacota, tachado de esquisito, fazem piadinhas sobre ele, cochichos. Como a pessoa está com suas funções mentais preservadas, ela tem consciência do que está acontecendo, mas não tem controle sobre isso, não agüenta essa situação social e se retira. Então nada mais natural do que esse ser o tema lanterninha.
E o "Diga não ao soutien infantil"   por que é disparado o mais lido? Acho que é por ser algo tão antinatural que gera espanto, choque nas pessoas. Soutien infantil, como assim? Soutien é para peitos e meninas crianças não tem peito, então o que é esse soutien infantil? E aí vem o interesse em ler algo a respeito. Curti. Procurarei fazer alguns textos que abordem esse “bizarro” social econômico. Mas, de vez em quando, a saúde mental estará presente nos meus textos já que ela faz parte do meu cotidiano reflexivo. Lido com ela todos os dias e procuro compreender e ajudar quem sofre com ela.

3 comentários:

  1. Eu queria ter um infantil para colocar um sutião

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  2. Patricia,

    Pois o que me agradou no teu blog é exatamente isso de você trazer vários temas interessantes, nos fazer pensar e re fletir sobre temas que parecem meio 'banais'.

    Além desse do soutien, gostei muito daquele sobre a busca da perfeição!

    =)

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  3. Olá,

    Que bom que você gostou. Adoro fazer comentários sobre coisas cotidianas. Acredito que o que acontece no dia a dia faz muita diferença.

    Abraços,
    Patrícia

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