terça-feira, 26 de abril de 2011

Os idosos de hoje pouco lembram os de ontem



Hoje, em uma reunião com outras profissionais, conversávamos sobre família e comentei que meus pais já eram idosos. Perguntaram a idade deles: 73 minha mãe e 76 meu pai. Todas riram e disseram que nessa idade não é idoso, ainda são ativos. Concordo plenamente, são muito ativos mesmo, o que me fez pensar. Hoje, os “velhinhos” com mais de 70 anos continuam muito ativos tanto fisica como socialmente. Não existe mais o estereótipo de décadas atrás em que o indivíduo se aposentava aos 50, 60 anos e era esquecido já que  não era mais economicamente ativo. Tornava-se um ninguém. Hoje esse conceito está muito diferente. Muito dessa mudança é porque a economia descobriu que os idosos de hoje podem não ser economicamente ativos, mas são economicamente consumidores. É preciso que essa população consuma porque em breve será a maior parte do mercado brasileiro e provavelmente a mundial também. Abriram-se diversos campos para os idosos e os aposentados não são mais marginais sociais. Com isso quem saiu ganhando, e muito, foi o indivíduo, pois passou a ser valorizado em todas as etapas de sua vida, o que nunca deveria ter sido diferente. Além dos avanços da medicina, que estão prolongando a expectativa de vida, a crescente manutenção de objetivos na vida também ajudam muito em sua continuidade.
Ter algo que motiva faz diferença na longevidade. Então, os velhinhos de ontem, que andavam encurvados hoje são os idosos que fazem academia, viagens, cursos para terceira idade e além de continuar a lerem o jornal e fazer tricô também aprenderam a navegar na internet, têm seus perfis no Facebook, seguem celebridades no Twiter, são antenados. Será que esse perfil combina com chamá-los de idosos? A palavra idoso parece vir contaminada pelo estereótipo de décadas atrás. Será que não seria melhor chamá-los de maduros? Existe outra questão que traz cuidado: subestimar a natureza. Os idosos estão bem mais independentes, bem mais fortalecidos, só que muitas vezes se aventuram em situações nas quais seu físico já não dá mais conta. Só que como é difícil ver-se limitado, acreditar que tudo pode traz conforto emocional. Então, como equacionar toda essa atividade, toda essa vivacidade, e dar espaço para o envelhecimento natural? Será que existe uma maneira de equilibrar isso? Não sei, mas sei que a partir de hoje direi que meus pais são maduros, soa mais natural.

2 comentários:

  1. Eu acho que isso tem seus pontos positivos e pontos negativos.

    Acho super bacana ver os "maduros" antenados com o mundo, ativos e muito vivos!
    Mas tenho medo de as pessoas se preocuparem demais em continuar ativos e esquecerem de curtir cada fase de maneira boa... Quero dizer, acho um pouco forçado, por exemplo, srs e sras que se comportam como garotinhos(as) de 20 e poucos anos, inconsequentes e rebeldes.

    Temos que encontrar um meio-termo!

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  2. Olá,

    Concordo com sua colocação. É necessário encontrar um meio termo e curtir cada etapa como contempla ser vivida e não tentar viver em outra épocas. Excelente colocação.

    Patrícia

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